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sexta-feira, 19 de julho de 2013

(30?)CRISE POLITICA: NÂO HÁ COMPROMISSO DE SALVAÇÂO NACIONAL!(e agora?!)

[TRAZIDO DO FB/JORNAL DE NEGÓCIOS: SALVAÇÃO NACIONAL]

Cavaco avisou que novas soluções não dão as mesmas garantias que "salvação nacional"
19 Julho 2013, 21:44 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

Não há “compromisso de salvação nacional”, mas o Governo de Passos Coelho continua “na plenitude das suas funções”. Cavaco Silva tem agora de procurar outras soluções. Mas já avisou que não dão “as mesmas garantias de estabilidade que permitam olhar o futuro com confiança igual” à que exisitiria com a “salvação nacional”. A crise política regressou às mãos do Presidente da República.
A crise política passou pelo Largo do Rato, pelo Largo do Caldas e pela Rua São Caetano à Lapa. Passou mas não parou aí. A crise política voltou a Belém.

É para as mãos do Presidente da República que regressa a gestão da crise política, depois de inviabilizado o “compromisso de salvação nacional” entre o PSD, CDS-PP e PS.

Este entendimento, entre os partidos que subscreveram o memorando de entendimento, era o que melhor serviria “o interesse nacional”, como disse Cavaco Silva na declaração de 10 de Julho, quando lançou o apelo aos partidos.

As soluções avançadas por Cavaco Silva

O acordo não foi alcançado. Na declaração de 10 de Julho, o Presidente não foi muito claro quanto ao que poderia acontecer. Uma coisa é certa e, como tem acontecido desde a declaração de Cavaco Silva a 10 de Julho, o actual Governo encontra-se “na plenitude das suas funções”.

Não havendo um acordo de “salvação nacional”, “existirão sempre soluções para a actual crise política”. “Encontrar-se-ão naturalmente outras soluções no quadro do nosso sistema jurídico-constitucional”, disse.

Uma das sugestões que chegou a ser avançada passa por um governo de iniciativa presidencial. “[Está] totalmente excluída a hipótese de um Governo de iniciativa presidencial”, afirmou o Presidente aos jornalistas que se encontravam na quinta-feira nas Ilhas Selvagens.

Não se sabem quais as outras soluções que estarão em perspectiva no Palácio de Belém. Mas Cavaco Silva tem uma certeza: não são tão boas como a que propôs.

“Os Portugueses devem estar conscientes de que nenhuma dessas soluções dará as mesmas garantias de estabilidade que permitam olhar o futuro com confiança igual à da proposta que acabo de apresentar”, alertou o Presidente da República a 10 de Julho.

Portugueses ficam a conhecer partidos

No dia 10, o Presidente da República disse que, com a eventual ausência de entendimento interpartidário, os portugueses poderiam “tirar as suas ilações quanto aos agentes políticos que os governam ou que aspiram a ser governo”.

Um aviso que contrasta com o que foi dito quinta-feira nas Ilhas Selvagens por Cavaco Silva. A negociação – que, nessa altura, ainda decorria – estava a ser “complexa e difícil” mas acrescentou que “qualquer que [fosse] o resultado, os partidos deram uma lição ao país”.

“É minha convicção que os partidos estão à altura da responsabilidade do momento de emergência que vivemos”, disse também na quinta-feira, respondendo ele próprio a um apelo feito a 10 de Julho. Nesse dia, Cavaco Silva disse que "os Portugueses têm o direito de exigir que os agentes políticos saibam estar à altura desta hora de emergência nacional".

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Comunicação de Cavaco Silva a 10 de Julho

«Sem a existência desse acordo, encontrar-se-ão naturalmente outras soluções no quadro do nosso sistema jurídico-constitucional.
No entanto, se esse compromisso não for alcançado, os Portugueses irão tirar as suas ilações quanto aos agentes políticos que os governam ou que aspiram a ser governo.
Recordo que o atual Governo se encontra na plenitude das suas funções e que, nos termos da Constituição, como disse, existirão sempre soluções para a atual crise política. Contudo, os Portugueses devem estar conscientes de que nenhuma dessas soluções dará as mesmas garantias de estabilidade que permitam olhar o futuro com confiança igual à da proposta que acabo de apresentar.
Depois de tantos sacrifícios que foram obrigados a fazer, depois de terem mostrado um admirável sentido de responsabilidade, os Portugueses têm o direito de exigir que os agentes políticos saibam estar à altura desta hora de emergência nacional.
Acredito que as forças políticas colocarão o interesse nacional acima dos seus interesses partidários, até porque todos estão conscientes da gravidade extrema da situação em que nos encontramos».


(Parte do discurso do Presidente da República a 10 de Julho, quando lançou aos partidos o pedido para um "compromisso de salvação nacional".)

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